Pesquisa do Datafolha revela que 7 em cada 10 mulheres são mães no Brasil, com mais da metade solo. Além disso, as mulheres sem filhos têm uma probabilidade 112% maior de alcançar o ensino superior.

A pesquisa recente do Datafolha revelou que a maioria das mães brasileiras (55%) é solteira, viúva ou divorciada, com o restante (45%) vivendo com um parceiro. Esse estudo também descobriu que 69% das mulheres no Brasil têm pelo menos um filho, e a idade média das mães é de 43 anos.

Os dados foram coletados de mulheres com mais de 16 anos em 126 cidades brasileiras, entre os dias 9 e 13 de janeiro deste ano. Um total de 1.042 entrevistas foram realizadas, com uma margem de erro de três pontos percentuais.

Um dos achados mais interessantes da pesquisa é a relação entre maternidade e educação. O estudo mostra que a probabilidade de uma mulher sem filhos ter estudado até o ensino superior é 112% maior do que na fatia de mães de crianças pequenas.

No total, 36% das mulheres sem filhos ingressaram na universidade, enquanto apenas 9% estudaram até o nível fundamental. Entre as mães, 28% das mulheres com filhos até 12 anos têm o ensino fundamental completo, número que sobe para 42% entre as mães de jovens de 13 a 17 anos. Em ambos os grupos, apenas 17% das mulheres completaram o ensino superior.

A economista Cecilia Machado, professora da FGV e colunista da Folha, comenta que os resultados da pesquisa refletem o impacto das normas culturais na sociedade brasileira.

Ela ressalta a importância de se considerar as diferenças no perfil de cada mãe, especialmente no caso das mães solo, muitas das quais lutam para encontrar um lugar seguro para deixar seus filhos enquanto trabalham ou buscam emprego.

A pesquisa do Datafolha mostra que entre as mães solo, 18% estão desempregadas, uma taxa que cai para 8% entre as mães casadas ou com parceiro. A disparidade econômica é acentuada mesmo entre as mães mais recentes, com filhos de até 12 anos. Nesse grupo, 44% das mães solo vivem com até R$ 1.212 por mês, valor referente ao antigo salário mínimo. Entre as mães casadas, esse índice cai pela metade (21%).

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